Autor: Ana Crisóstomo
Colecção: Mundo Fantástico
Páginas: 302
Data de publicação: Setembro de 2010
Género: Ficção
Preço: 16 €
ISBN: 978-989-8389-72-5
Ana Vichenstein é uma adolescente de 15 anos de idade, órfã de mãe, que estuda no mesmo colégio desde os seus seis anos de idade. Excelente aluna, óptima cantora e dançarina e ainda uma excelente pessoa.
Tudo isto poderia ser comum a um grande numero de adolescentes, não fosse ela uma feiticeira da mente.
No mundo de Ana existem três categorias de feiticeiras, todas elas com as suas qualidades e as suas limitações: as feiticeiras da mente, os feiticeiros com mano-poderes (nas mãos) e as feiticeiras da varinha.
Não se pense que as feiticeiras conseguem ser aceites na sociedade. Eles vivem à margem, encobertos por detrás de um colégio comum, onde estudam tanto alunos feiticeiros como os outros não-feiticeiros. Durante o dia convivem entre si com aulas comuns. A partir da hora de saída dos alunos não-feiticeiros, as aulas de magia são leccionadas numa secção especifica do colégio.
Ana entrou naquele colégio sem saber a verdadeira razão. A sua mãe foi morta para a conseguir colocar naquele sítio a estudar. O seu pai divorciara-se da sua mãe ainda antes deste acontecimento fatídico. Encontra-se sozinha no mundo. Tudo parece correr bem até que alguns acontecimentos insólitos assolam a vida de Cascais, próximo da zona de Sintra onde fica o Colégio...
No meio de aulas, romance e desavenças, algumas intrigas e lutas serão travadas pelo meio, levando Ana a escolher entre dois lados de uma mesma realidade.
A sua lealdade e os seus princípios vão ser testados até o limite, podendo mesmo vir a sofrer com tudo isto.
Uma história do mundo do fantástico com partes hilariantes, românticas e até mesmo comoventes que levarão o leitor a querer ler até a última página.
Bem quem lê a Sinopse do livro fica com a ideia que o livro tem um enorme potencial e no fundo até tinha: feitiçaria, passado na zona de Sintra, local com muito potencial para este tipo de livro e tudo nos leva a crer que estamos perante uma personagem que tem tudo para se tornar interessante. A isto junta-se a luta de uma classe (feiticeiros) que lutam para que sejam reconhecidos na sociedade onde vivem e que podem colocar os seus poderes ao serviço da mesma.
Tudo falha quanto a mim e nem quero estar aqui a ir ao pormenor, penso que poderá eventualmente ser um livro que quanto muito satisfaça jovens até aos 10 anos no máximo, é que se formos a ver bem, hoje jovens com 13 a 14 anos já gostam de ler Tolkien, George Martin entre muitos outros. E a fantasia deve ser dos generos que mais puxam à imaginação, vale (quase) tudo.
Agora a publicação deste livro faz-me refletir sobre se temos boa fantasia em Portugal e se tudo deve ser aceite para ser publicado.
Compreendo que a escritora tenha escrito o livro com toda a dedicação, empenho e acreditado no seu valor, submeteu o seu trabalho a várias Editoras e mediante determinadas condições (acredito que tenha sido isto que se tenha passado) o livro foi aceite e publicado.
A questão é, isso ajuda a melhor a qualidade dos nossos escritores em Portugal, seja ele em que género for ? Penso que um livro deve ser sempre alvo de leitura e de respetiva apreciação por parte de alguém entendido em determinado género literário, se o livro não tem qualidade deve ser dito de uma forma honesta ao escritor onde falha, o que deve melhorar e este tem que entender que é para o seu bem. Se ninguém faz este trabalho, nunca os jovens escritores, irão ser mais exigentes com o seu trabalho e com isto melhorar a qualidade.
Custa-me imenso estar a fazer este comentário, afinal é o primeiro que faço da parceria da Chiado Editora, já li um livro publicado por eles que me agradou imenso e me fartei de o divulgar, A Vingança do Lobo do Vítor Frazão, que por acaso até vinha com muitos mais erros ortográficos que propriamente este livro, mas foi algo que adorei ler e que tinha um enorme potencial. Por outro lado e já aqui o provei a Chiado Editora promove imensos eventos, dando apoio aos seus escritores, acho perfeito dar oportunidade aos jovens escritores nacionais, mas penso que deviam refletir que como Editora também têm um papel importante para não só divulgar jovens escritores nacionais mas acima de tudo ajuda-los a que se tornem melhores escritores.
Sim aceito que isto seja um negócio, se possa funcionar como uma Editora vanity algo que percebi recentemente num comentário do escritor Anton Stark:
" [uma editora vanity é] uma editora que publica mediante um pagamento, ou seja, não há controlo de qualidade porque desde que uma pessoa tenha dinheiro para pagar a publicação e serviços editoriais, a editora faz o serviço. Existe também outro tipo de vanity, no qual a Chiado se insere, que não cobra aos seus autores pela edição, mas também não lhes paga a não ser com alguns exemplares (com cujo lucro os autores podem ficar se os conseguirem vender)."
Ajuda a melhorar a qualidade do que se publica em Portugal ?
Livros 12/2013 (Portugal) (5/10)